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quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Governo de Minas Gerais lança Programa Quintais Produtivos.

Governo de Minas Gerais lança Programa Quintais Produtivos, destinado às escolas do campo

Iniciativa da Educação Integral e Integrada compõe estratégia de enfrentamento da pobreza no campo27 de Setembro de 2017 , 18:32

O Governo de Minas Gerais lançou, na manhã desta quarta-feira (27/09), no Museu de História Natural do Instituto Agronômico, o “Programa Quintais Produtivos: Projeto Escola Agroecológica”, uma iniciativa da Secretaria de Estado de Educação (SEE), por meio das Coordenações das Políticas de Educação do Campo e Educação Integral e Integrada, em parceria com as Secretarias de Estado de Desenvolvimento Agrário (SEDA) e de Trabalho e Desenvolvimento Social (SEDESE), e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER).
A proposta dos Quintais Produtivos é criar e potencializar unidades produtivas de agricultura nas escolas, que contribuam para a soberania e a segurança alimentar e a distribuição de insumos.  O Programa integra  a Estratégia de Enfrentamento da Pobreza no Campo – Novos Encontros, uma ação da Sedese que pretende integrar e orientar os diversos programas, projetos e ações estaduais voltadas à população rural de Minas Gerais.
Para participarem do primeiro ano de execução do projeto,  foram selecionadas 100 escolas do campo, sendo oito quilombolas e duas indígenas.  A maior parte das escolas selecionadas já possui horta escolar e realiza atividades didáticas junto a elas. No entanto, a inovação está no acompanhamento e aqualificação dos envolvidos pela EMATER-MG e na adoção do modelo da Agroecologia.  “A agroecologia prevê a  utilização racional de recursos naturais, sempre cultivando espécies em harmonia com a natureza e a cultura locais, prezando pela não utilização de agrotóxicos e de adubos químicos, buscando sempre aproveitar todos os recursos locais e diminuir ao máximo o uso de insumos externos”, explica  a coordenadora de Educação da Campo da SEE, Érica Justino, citando o documento que traz as diretrizes do Programa, distribuído no evento.

Secretaria de Educação lançou o programa Quintais Produtivos. Foto: Elian Oliveira/ACS-SEE
A seleção das escolas para o Programa obedeceu a localização – municípios que compõem o Programa Novos Encontros  - e a participação nas Ações da Política Estadual de Educação Integral e Integrada da SEE. Assim, serão implantados Quintais em 11 escolas do Alto Jequitinhonha;   8 no Médio e Baixo Jequitinhonha, 8 no território do Mucuri, 65 no Norte e 8 no Vale do Rio Doce. A SEE dará as diretrizes e apoiará a construção do projeto pedagógico no qual estarão previstas as atividades, buscando envolver os estudantes e toda a escola nos cuidados com o quintal. Já os escritórios da Os escritórios locais da EMATER serão os responsáveis por orientar as escolas selecionadas sobre toda a metodologia dos Quintais Produtivos sob a ótica da Agroecologia, bem como auxiliar no planejamento da construção ou ampliação das iniciativas.
Roda de conversa
Na abertura do evento, a subsecretária de Desenvolvimento do Ensino Médio, Augusta Mendonça, as Coordenadoras de Educação Integral e Integrada e de Educação no Campo e Escolas Indígenas, Rogéria Figueiredo e Érica Justino, representando a Secretária de Educação, Macaé Evaristo, participaram de uma roda de conversa com as entidades parceiras e professores, diretores e alunos da Educação no Campo. Em sua fala, Augusta Mendonça ressaltou a importância da ação no propósito de diminuir as desigualdades sociais nas áreas rurais do estado.
Rogéria Figueiredo fez um balanço de todo o processo de discussão, iniciado em 2015, que resultou nos Quintais Produtivos, e Érica Justino frisou a importância das rodas de conversa. “Nelas temos a possibilidade de ouvir e discutir a proposta Educação Integral e Integrada tendo como indução a ação dos quintais produtivos. Pensar o direito à alimentação saudável é ponto muito importante”.
O evento promoveu uma Roda de Conversa com parceiros e participação de alunos e diretores de Escolas do Campo e Superintendentes de Ensino. Foto: Elian Oliveira/ACS-SEE

O presidente da Emater,  Glenio Martins de Lima Mariano, pontuou que as escolas selecionadas para o projeto estão localizadas em regiões com vocação agrícola, de assentamentos de reforma agrária, com tradição de agricultura familiar.  “São escolas em que os alunos são filhos de agricultores familiares, cuja atividade o projeto vem reforçar, garantindo a sucessão rural e despertando o interesse pela agenda da segurança alimentar e valorização dos trabalhadores rurais”.
Warlei França, diretor da Escola Estadual Tarcília Godoi, do Alto Jequitinhonha, argumentou que o  programa é uma possibilidade de levar projetos que “falem a linguagem do aluno” que vive no ambiente rural. “Algumas atividades já desenvolvidas poderão ser enriquecidas por esse projeto, que estimula a permanência dessas pessoas nas áreas rurais. Com o programa, tratamos a realidade do estudante no seu ambiente de convivência”.
Odair Nunes de Almeida, da Escola Estadual Quilombola Antônio Correia e Silva, de Januária,  entende que o projeto veio reafirmar as diretrizes da educação no campo. “Em 2013 fizemos uma carta de diretores das Escolas do Campo falando dos potenciais, dos avanços e dificuldades encontradas pelas escolas no campo. O ‘Quintais Produtivos’ nos dá mais força em continuar trabalhando um currículo centrado e contextualizado nas diretrizes da Educação no Campo”.
Alex Tadeu Mendes de Oliveira, de Brasília de Minas, comunidade de Vargem Grande, disse que essa parceria para desenvolver o  programa tem um grande significado para sua comunidade. “Agrega e traz a família para dentro da escola, valoriza o produtor perante a escola e, com esse incentivo,  está proporcionando a possibilidade de o aluno e o pai produzirem juntos”. Ele informa que a escola recebeu a doação de um amplo terreno onde está preparando uma horta comunitária.
Para Odair, o projeto veio reafirmar as diretrizes da educação no campo. Foto: Elian Oliveira/ACS-SEE

Agroecologia
A agroecologia compreende o campo do conhecimento transdisciplinar que estuda os agroecossistemas, visando ao desenvolvimento das relações entre capacidade produtiva, equilíbrio ecológico, eficiência econômica e equidade social e uso e conservação da biodiversidade e dos demais bens naturais, por meio de articulação entre conhecimento técnico científico, práticas sociais diversas e saberes e culturas populares e tradicionais.
 

 

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