Luciana Alves de Souza nasceu e cresceu na comunidade quilombola do Alegre, em Januária. Há cinco anos se tornou professora de Língua Portuguesa e este ano conseguiu retornar à escola onde estudou quando pequena. Hoje ela dá aulas na Escola Estadual Antônio Corrêa e Silva, em Januária. “Sempre gostei de observar meus professores e de brincar de escolinha em casa. Depois que cresci, estudei, me formei, fiz concurso e hoje sou efetiva. Sempre quis ser professora e foi ótimo ter vindo para cá. Estou no lugar em que estudei, na minha comunidade, e agora retornei como professora”, conta a educadora.
Por ser quilombola e atuar em uma escola que recebe grande parte de estudantes da comunidade do Alegre, Luciana ressalta a importância de trabalhar a cultura com seus alunos. “Nas minhas aulas sempre busquei ressaltar a cultura africana e a quilombola. Mostrar essa realidade para os estudantes. Os alunos são da comunidade, mas muitos tinham vergonha de falar que eram quilombolas. Com a escola fazendo esse tipo de trabalho, eles passaram a se reconhecer mais e hoje não têm mais vergonha”, conta a professora.
Ainda segundo Luciana, o professor deve ser amigo de seus alunos. “Sou apaixonada pelo que faço e acredito que o professor tem a função não só de passar o conhecimento, mas também entender o que está acontecendo na vida do seu aluno. Não adianta tentar ensinar algo se o aluno está com algum problema em casa. Isso dificulta o aprendizado. O professor tem que conhecer bem seu aluno e eu gosto de ter amizade com eles”, revela Luciana.
O fato de ser da mesma comunidade dos estudantes ajuda na relação de amizade. “Muitos eu conheço desde criança. Eles são da comunidade, mas têm alunos que são de comunidades próximas. Adorei retornar à escola em que eu estudei e cresci e poder exercer meu trabalho aqui”, conclui.
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