Histórico

HISTÓRICO DA E. E. ANTÔNIO CORRÊA E SILVA

 A Escola Estadual “Antônio Corrêa e Silva’ - Tipologia R.O.4.5.B.2 - Código (31) 62464, localizada na Comunidade Quilombola de Alegre, Distrito de Riacho da Cruz, no Município de Januária-MG, foi criada em 11 de março de 1983 de acordo com o Decreto nº 22.761 de 11/03/83 como braço (ou vinculada) à E. E. Monsenhor Florisval Mont’Alvão que tinha como diretora à época Ilva Figueiredo Porto e vice-diretora Maria Lopes Oliveira. Em 01/08/1985 é autorizada a ser uma escola de 1º Grau (1ª a 4ª série), autônoma, conforme Portaria n° 870/85. 

Em 31/08/1985 realiza-se uma Assembléia Geral para constituir a Caixa Escolar Leolino Pereira da Silva, aprovação do estatuto, eleição dos membros da diretoria, do conselho fiscal e suplentes. 
Em 21/02/86 é autorizado o funcionamento de 1ª a 4ª série no prédio situado na localidade de Formosa, criando-se assim a turma vinculada de Formosa. Em l998, uma Portaria torna sem efeito as turmas criadas na localidade de Formosa, sendo as mesmas municipalizadas. Conforme Resolução nº 384 de 28/03/03 foi autorizada a extensão de Ciclos de forma gradativa: em 2003, 2° e 3º ano do Ciclo intermediário.

Em 2004 a escola adota o sistema de seriação a partir da 5ª série, funcionando assim uma turma de 5ª, 6ª e 7ª séries.

Em 2005 acrescenta-se a 8ª série e a primeira turma da EJA (Educação de Jovens e Adultos), que concluiu o 3º Período do Ensino Fundamental em 2007. A segunda turma iniciou o 1º período em 2007 e concluiu o 3º período do ensino fundamental em 2009. O encerramento da modalidade EJA deu-se não por falta de alunos, mas sim pelas dificuldades ora apresentada pela comunidade em permanecer durante três anos de curso na escola, pois a maioria dos pais deslocava dessa comunidade para outras regiões a procura de emprego. Em 2016 reinicia-se o atendimento a Modalidade EJA, e forma-se a terceira turma da EJA – Ensino Fundamental, que concluiu este nível em 2017. 

Então, buscou-se incansavelmente, assim como para as outras turmas, a autorização da 1ª Turma da EJA Ensino Médio, o que ocorreu em 07/02/2018 através do ofício nº11/18 DITAE/SRE. 

Em 2006 foi implantado na escola o Programa Escola de Tempo Integral autorizado pela Secretaria de Estado de Educação, onde demos início às atividades em espaço cedido pela comunidade local. No ano de 2007 e 2008 o espaço foi cedido pela Prefeitura Municipal de Januária, sendo o local na Escola Municipal de Alegre. Em 2009 o funcionamento foi na própria E. E. Antônio Corrêa e Silva. O desenvolvimento deste projeto foi sem dúvida de grande valia, tanto para os alunos quanto para a escola. As metas e objetivos em sua maioria foram alcançados levando em consideração a defasagem de aprendizagem que os alunos apresentavam á época. 

Em 13/01/2009, foi publicada a Portaria nº 51/2009 autorizando a implantação do Ensino Médio para funcionar com uma turma do 1º, 2º e 3º anos. No ano de 2012 reiniciou o Projeto Escola em Tempo Integral com 04(quatro) turmas, funcionando duas turmas na própria escola e duas turmas em salas emprestadas pela comunidade local. 

Em 20 de novembro de 2012, foi publicada a Resolução Nº 08 do Conselho Nacional de Educação / Câmara de Educação Básica/ Ministério da Educação que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Escolar Quilombola na Educação Básica. Pautado na disposição legal da Resolução acima citada, a escola planejará constantemente diversos momentos para capacitação dos profissionais, estudos e debates, a fim de atender os objetivos norteadores da Educação Quilombola. A partir da 3º Conferência Estadual Infanto Juvenil pelo Meio Ambiente realizada pela SEE/MC em 2013 e de acordo a Lei Federal 9.795/99 que regulamenta a promoção de projetos pedagógicos que favoreçam a construção dos valores, conhecimento, habilidades e atitudes voltadas para conquista da sustentabilidade socioambiental. A Escola Estadual Antônio Corrêa e Silva com base na legislação vigente desenvolve ações educacionais voltadas para sustentabilidade na própria instituição e comunidade escolar, a fim de tornar os espaços escolares e comunitários em ambiente sustentável. 

A Escola Estadual Antônio Corrêa e Silva por estar inserida na zona rural é denominada como Escola do Campo, considerando a realidade local, suas especificidades ambientais e particularidades étnicas, embasando nos eixos das categorias TERRA, CULTURA E TRABALHO. 

Em relação à administração da E. E. Antônio Corrêa e Silva, como já citado anteriormente, que foi criada em 11/03/83 e tornou-se independente em 01/08/1985, teve como 1ª Coordenadora a Profª Maria José Gomes de Almeida ficando no cargo até Novembro de 1986. 

Como 2ª Coordenadora elegeu-se Madalena Bandeira Gonzaga, em Novembro de 1986. Em Março de 1991 foi eleita como Diretora a Profª Maria da Conceição Santos de Matos. Em Abril de 1992 a eleita foi a Diretora Enedina Gomes da Silva. Na data de 09/03/1994 a Diretora eleita foi Amorosa de Almeida Batista, com término de mandato em 10/09/1998. 

Em 28/08/1998 as turmas de Formosa são desvinculadas da E.E. Antônio Corrêa e Silva e por isso a escola a partir de 11/09/1998 passa às mãos de uma Coordenadora a Profª Leila Maria Gomes Porto.

Em 03/02/2000 Andréia de Souza Almeida assume a Coordenação, ficando no cargo até 31/12/2000.

O próximo Coordenador eleito é o Profº Odair Nunes de Almeida, que ficou no cargo até 24/02/03.

Em 25/02/03 o Colegiado escolhe unanimemente e provisoriamente o Profº Odair Nunes de Almeida como Diretor até que haja um novo processo eleitoral. Seu primeiro mandato encerrou em 14/02/2004. 

Em 15/02/2004 o Profº Odair é eleito pelo Processo de Aclamação, pela comunidade, por ser candidato único. Seu segundo mandato termina em 28/04/2007. 

Em 29/04/2007 é indicado, por unanimidade, pelo Colegiado Escolar, processo esse que é acompanhado por fiscal da 17ª SRE. O terceiro mandato finaliza em 04/06/2011.

Em 05/06/2011 novamente é indicado e aclamado pela Comunidade Escolar e pela primeira vez com um vice-diretor, o Profº Filomeno Gonçalves dos Santos. O quarto mandato finaliza em 25/04/2016. 

Em 26/04/2016 novamente o Profº Odair Nunes de Almeida é eleito Diretor pela Comunidade Escolar, juntamente com o Profº Filomeno Gonçalves dos Santos como vice-diretor. 

Portanto, desde 25 de Abril de 2000, dia em que iniciou como professor na E. E. Antônio Corrêa e Silva e nos anos seguintes como Gestor desse Educandário, Odair Nunes de Almeida tem buscado incessantemente como missão, formar cidadãos críticos e participativos capazes de viver, conviver e transformar a sociedade partindo da realidade em que vivem, visando melhorar a qualidade de vida e uma sociedade mais justa para todos, mantendo as tradições e demais elementos que conformam o patrimônio cultural da comunidade local, garantindo aos estudantes o direito de se apropriar dos conhecimentos tradicionais e das suas formas de produção de modo a contribuir para o seu reconhecimento. A escola também tem o objetivo de ministrar uma educação voltada para o desenvolvimento integral do indivíduo, assegurando uma formação que envolva as dimensões éticas, afetiva, social, intelectual e cultural promovendo o desenvolvimento de habilidades e atitudes que enfatizam a sensibilidade, a igualdade, o relacionamento interpessoal e o gosto pela pesquisa, buscando ser um (a) cidadão (ã) capaz de saber afirmar a sua própria identidade como sujeito integrante de uma sociedade plural e da sua própria história. Porquê como dizia o saudoso Paulo Freire: “Se a educação não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. 

Fonte: Registros oficiais - Livros de Atas e de Ponto. Direção: Odair Nunes de Almeida e Filomeno Gonçalves Santos. Pesquisadora: Celcina Alves Moreno – ATB.

Comunidade Quilombola de Alegre, 01 de Junho de 2018

BIOGRAFIA DE JÚLIA DE SOUZA 
(Personalidade que dá nome a Ala próxima ao refeitório da EEACS)

Júlia de Souza Soares, nasceu na Comunidade de Alegre, Minas Gerais, no dia 12(doze) de Abril de 1954 (um mil novecentos e cinquenta e quatro). O seu pai era bahiano, sr. José Luiz de Souza sua primeira esposa foi a Dona Maria Pereira dos Santos e teve com ela dois filhos: Gelson e José dos Santos. Com ficara viúvo o Sr. José Luiz de Souza casou-se com Augusta Pereira dos Santos e tiveram Júlia de Souza Soares, Isabel e João Batista. Seus pais eram lavradores, faziam tijolos para vender, criavam porcos e galinhas e faziam farinha para o consumo. Sua família morava no Alegre e gostavam das Festas de Reis, de São Gonçalo, São João, aniversários, casamentos e gostava também de ir à Igreja. Dona Júlia, na infância, gostava de brincar de cantigas de roda, cozinhado, de boneca de pano e de algodão. Ela ficava muito feliz quando viajava com as primas para São Paulo.

Dona Júlia estudou até a 4ª (quarta) Série Primária em uma escola municipal na Comunidade de Alegre, a qual tinha apenas duas salas, depois estudou no Riacho da Cruz e após na E.E. Antônio Corrêa e Silva, onde concluiu o 2º (Segundo) Período da EJA em 2006 (Dois mil e seis. Ela trabalhava durante o dia e estudava a noite, na mesma escola.

Casou-se com Lino Soares dos Santos em 26(vinte e seis) de Abril de 1975 (um mil novecentos e setenta e cinco) e após foram para São Paulo onde nasceu a primeira filha, Rosângela. Retornou algum tempo depois para o Alegre, onde teve mais dez filhos: Joelino, Fábio e Flaviano Batista(gêmeos), Soleane, Valmir, Júlio César, Eliana, Lino Filho, Géssica e Francisca.

Foi servidora na E. E. Antônio Corrêa e Silva de 1985 (um mil novecentos e oitenta e cinco) à 2007 (dois mil e sete). Trabalhava ainda quando faleceu de Parada Cardiorrespiratória em 27/09/07 (vinte e sete de Setembro de dois mil e sete). Era muito alegre, querida e por isso muita gente veio ao seu velório.

Fonte: Lino Soares dos Santos (esposo). Pesquisadora: Celcina Alves Moreno - ATB. Diretor: Odair Nunes de Almeida. 
Comunidade Quilombola de Alegre, 28 de Junho de 2018.

BIOGRAFIA DE EULINO
(Personalidade que dá nome a Biblioteca da EEACS)

Eulino Lino de Jesus, filho de Egídio e Joana Lima de Jesus, nasceu no Guarda-Mor. Teve um irmão,
Antônio, uma infância sofrida e em meio a pobreza procurava brincar de cavalo de pau e com sabugo de milho. Seus pais trabalhavam na roça com foice, enxada, cuidavam de alguns gados que tinham e também criavam porcos, os quais matavam para consumo e também dividir com a vizinhança. Apesar de barato, vendia parte do que produziam para sobreviver. Eles moravam na Boca da Caatinga, próximo ao Brejo do Amparo. O seu lazer consistia em ir às Festas de Reis, de São Gonçalo e Festa de São João Batista. Não frequentou a escola. Casou-se com Etelvina Martins dos Santos. Não tiveram filhos biológicos, porém criaram 12(doze) parentes como filhos adotivos. Sendo duas mulheres: Francisca (morreu do parto) e Dona Rosa e dez homens: Manoel e Paulo (morreram de cirrose), Manoelzinho (morreu desidratado), Lino, Thiago, Raimundo, Virgílio, Arlindo, Geraldo e Raul. Com a morte de Dona Etelvina, casou-se com Alvina

Gonçalves Lopes (irmã de João Lopes), com esta também não teve filho. Um fato importante para o senhor Eulino foi a construção da Igreja São João Batista, na Comunidade de Alegre, o qual era o seu desejo. Atualmente existe uma nova igreja construída ao lado da antiga. Como forma de reconhecimento por ter sido doador do terreno (5.000 m2) para construção da E. E. Antônio Corrêa e Silva, a Comunidade Escolar decidiu homenageá-lo locando o seu nome em um dos mais importantes locais da escola, a Biblioteca Escolar “Eulino Lino de Jesus”, isso no ano 2000.

No ano de 2017 (dois mil e dezessete) foram atendidas turmas da Educação do Tempo Integral/Integrado da E.E. Antônio Corrêa e Silva no lugar em que outrora era o local da primeira Igreja, esse uso foi feito com o consentimento do Bispo januarense Dom José Moreira da Silva. E aos finais de semana funciona nesse local as turmas da catequese. Eulino Lino de Jesus morreu de pneumonia na década de 80.

Fonte: Dona Zilda Soares dos Santos e Lino Soares dos Santos
Pesquisadora: Celcina Alves Moreno – ATB.
Diretor: Odair Nunes de Almeida.
Comunidade Quilombola de Alegre, 28 de Junho de 2018.

BIOGRAFIA DE LEOLINO
(Personalidade que dá nome à Caixa Escolar da EEACS)

Leolino Pereira da Silva, cujo apelido era “Liô”, nasceu no Distrito do Brejo do Amparo, onde morava com seus pais que trabalhavam na roça, na produção de farinha e nos engenhos de rapadura. Leolino deixou sua casa e veio morar onde hoje é a Fazenda Conceição, próximo ao Riacho da Cruz. Trouxe consigo apenas uma mala de madeira, pois ali cabiam todos os seus pertences. Na nova terra casou-se com Maria Benta Rodrigues da Silva, que tinha na época 12 anos, e mais tarde ficou conhecida como Dona Benta. Dessa união nasceram 10 (dez) filhos: Amélia, Maria (Dona Mocinha), Joaquim (86 anos), José e Maria da Silva Pinto (que tem o apelido de Riqueza), estão vivos. Arnaldo, Durvalina, Francisca, Manoel e Tereza são falecidos. Era muito trabalhador. Ganhou o primeiro salário plantando roça para outras pessoas, dentre elas o senhor João Martins. Leolino trabalhava para os outros durante o dia e para si durante a noite. A sua esposa era a companheira que segurava o candeeiro, que era feito com grossos pavios para terem longa duração, e assim poderem trabalhar mais horas na escuridão noturna. Como meio de sobrevivência plantava roça, criava porcos, galinhas e gado e também fazia rapadura em um engenho que tinham na beira do Rio São Francisco. Após muita luta conseguiram comprar terras, como a Fazenda Conceição, onde atualmente moram alguns filhos. “Liô” tinha terra também na Roça da Mata. Ele era muito religioso, e também gostava de se divertir. O lazer consistia em ir à festa de Reis que era tão bom que durava muitos dias. Era marcador na Dança de São Gonçalo, Cantava Reis e tocava bombo (tambor). Gostava de atuar como leiloeiro, onde fazia muita graça com as pessoas que tentavam arrematar as prendas. Gostava de Festa Junina. Quando ele recebia a aposentadoria, comprava muito café e dava um pacote para cada um dos filhos. Para as crianças ele dava pedaços de rapadura. Quando algum neto casava, ele comprava algum móvel para o casal. Não se tem registros da última série escolar que frequentou, sabe-se que sabia assinar o nome. O senhor Leolino sabia muitas orações, e por saber uma em especial e rezá-la todos os dias, ele foi avisado do dia da sua morte na década de 1980, segundo Dona Mocinha. Neste dia, a tarde, o senhor “Liô” chamou todos os filhos para conversarem, falou que iria fazer uma viagem, mandou limpar arroz, pois não tinha o suficiente para a ocasião. Os filhos entenderam o que ele queria dizer, ficaram muitos tristes, mas o senhor “Liô” tentou confortá-los. Ele faleceu ainda lúcido, sendo que foi a Dona Riqueza que lhe deu o último banho. Supõe-se que faleceu de pneumonia no dia 05 de Junho de 1985.

Foi na Fazenda Conceição, a qual adquiriu e onde viveu, que preferiu ser sepultado, ao lado da esposa Maria Benta.

Fonte: Maria Rodrigues Nunes, dona Mocinha (filha), Joaquim (filho), dona
Riqueza (filha), dona Alvina Rodrigues Nunes de Matos (neta), Dona
Antônia Nunes das Neves (neta) e dona Zilda Soares dos Santos (moradora
da Comunidade Quilombola de Alegre).
Pesquisadora: Celcina Alves Moreno – ATB.
Diretor: Odair Nunes de Almeida.

Comunidade Quilombola de Alegre, 28 de Junho de 2018.

BIOGRAFIA DE ANTÔNIO CORRÊA E SILVA

Antônio Corrêa e Silva nasceu em 13 de Junho de 1892, Pernambuco. Foi o segundo filho do casal Joaquim Manoel Corrêa e Constância Gomes Corrêa. Recebeu carinhosamente o nome de Antônio em homenagem ao santo do dia (Santo Antônio). Seus pais foram humildes e trabalhadores e, tentando melhores condições de vida, migraram para Januária em 1898.

Antônio crescia alegre e feliz, fazendo todos os serviços que uma criança poderia fazer. Como a família não tinha muitas condições, o pequeno Antônio só estudou até à 4a série. 

O tempo corria célere e Antônio já trabalhava ansioso pelos melhores dias. Frequentava a sociedade Januarense e foi se tornando conhecido pela inteligência, simpatia e facilidade em fazer amigos, que por sua vez, também desejava a liberdade econômica para a nossa terra. 

Casou-se com Azélia de Moura e Silva, Januarense, e possuidora de um grande círculo de amigos. Dessa união vieram ao mundo nove filhos: Nivaldo, Júlio, Francisco, Antônio, Maria de Lourdes, Helena, Zilá, Gildete e Yolanda. 

Montou juntamente com a esposa uma padaria que recebeu o nome de Brilhante. Com dedicação e simpatia o casal conseguiu uma boa clientela e consequentemente uma situação estável para a família. Nesta época, Antônio que desde cedo era considerado um líder, penetrou junto com outros no campo político, liderando por muito tempo o antigo Partido Republicano. Na capital mineira tinha um grande círculo de amizades, principalmente aqueles ligados ao campo político. No meio rural do nosso município era conhecido como um amigo sincero e leal, pois não media sacrifícios em atender a todos, principalmente os mais amigos. Foi vereador por várias legislaturas, no qual conseguiu para a nossa terra a nomeação de várias professoras. Em 1961, candidatou-se à vice-prefeito na chapa de Sebastião Carlos de Matos, onde foram eleitos. Com o afastamento do Sebastião Carlos, Antônio Corrêa e Silva assumiu a prefeitura, onde trabalhou com afinco para dar continuidade aos empreendimentos, dentre eles a homologação de concurso para a prefeitura local. 

Em 30 de Novembro de 1973, na cidade de Belo Horizonte, finaliza a vida do “Velho Jequitibá”, cognome que recebeu dos políticos da época, por causa da sua perseverança e firmeza de caráter. 

A família de Antônio Corrêa e Silva se sente feliz e honrada em saber que existe uma escola com seu nome, pois foi uma das suas preocupações: novas escolas para as regiões carentes.

Fonte: Arquivos da Escola Estadual Antônio Corrêa e Silva

Pesquisadora: Celcina Alves Moreno - ATB.
Diretor: Odair Nunes de Almeida.

Comunidade Quilombola de Alegre, 28 de Junho de 2018.

BIOGRAFIA DE ZÉ PEQUENO
(Personalidade que dá nome a Casa de Adobe existente na EEACS)

José Antônio de Souza, cujo apelido era “Zé pequeno” nasceu no dia 12 de Novembro de 1932, era filho de João Antônio de Souza Primo e Cérgia Maria de Jesus. Teve seis irmãos sendo eles: Juscelina, Maria Geralda, Lídia, Manoel, Joaquim e Geraldo. Na infância gostava de brincar de cantigas de roda e de cavalo de pau. Os pais trabalharam na lavoura e o pai trabalhava também como vaqueiro. Moravam na Comunidade do Alegre. Em relação ao lazer a família gostavam de ir às Festas de Reis e de São João. “Zé Pequeno” estudou até o 3o Ano Primário. Trabalhava na roça, criava galinhas e porcos para subsistência e também campeava gado. Era um senhor alto, apesar do apelido de “Zé Pequeno”, alegre, gostava de fumar cachimbo e de jogar truco. Casou-se com Josina Xavier Moreno de Souza e teve 07 (sete) filhos sendo eles: Maria das Dores, Valdetina, Vilma, Ana Maria, Vera Lúcia, Lúcia e José Lúcio. Dona Josina faleceu na década de 1990.

O primeiro salário foi proveniente de serviços prestado como lavrador. Montou uma carvoaria, na qual o seu genro Odailton trabalhava juntamente com ele, ali produzia carvão o qual vendia para ajudar no sustento da família. Odailton fala com muito carinho do sogro pelo qual tinha muita consideração e já era amigos mesmo antes de se tornar o seu genro e segundo ele, o sogro era um homem muito bom. Após a morte da esposa, Zé Pequeno arrumou uma companheira e foi morar em outra casa, na mesma Comunidade de Alegre. Nos anos finais da vida, ele caiu do cavalo, quebrou a perna, ficou debilitado e o genro Odailton se prontificou e cuidou com muito zelo do sogro, já que ele ficou internado por 68 dias. Foram muitas as viagens do genro até o hospital de Januária para acompanhá-lo e banhá-lo durante o internamento. Após complicações de saúde ele foi transferido para o hospital de Janaúba onde faria hemodiálise e tratamento na próstata, mas ficou lá apenas um dia já que na manhã seguinte à sua chegada faleceu; esse fato ocorreu em 20/09/15 e ele morreu em decorrência de falência múltipla dos órgãos.

Fonte: Juscelina (irmã de Zé Pequeno),
Odailton (genro do Zé Pequeno),
Eliane (neta do Zé Pequeno) e
Dona Nila (moradora do Alegre).

Pesquisadora: Celcina Alves Moreno – ATB.

Diretor: Odair Nunes de Almeida.

Comunidade Quilombola de Alegre, 28 de Junho de 2018.

RESOLUÇÃO No 8, DE 20 DE NOVEMBRO DE 2012
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica

Art. 1o Ficam estabelecidas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar
Quilombola na Educação Básica, na forma desta Resolução. § 1o A Educação Escolar Quilombola na Educação Básica:

I - organiza precipuamente o ensino ministrado nas instituições educacionais
fundamentando-se, informando-se e alimentando-se:
a) da memória coletiva;
b) das línguas reminiscentes;
c) dos marcos civilizatórios;
d) das práticas culturais;
e) das tecnologias e formas de produção do trabalho;
f) dos acervos e repertórios orais;
g) dos festejos, usos, tradições e demais elementos que conformam o patrimônio cultural
das comunidades quilombolas de todo o país;
h) da territorialidade.

II - compreende a Educação Básica em suas etapas e modalidades, a saber: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Educação do Campo, Educação Especial, Educação Profissional Técnica de Nível Médio, Educação de Jovens e Adultos, inclusive na Educação a Distância;

III - destina-se ao atendimento das populações quilombolas rurais e urbanas em suas mais variadas formas de produção cultural, social, política e econômica;

IV - deve ser ofertada por estabelecimentos de ensino localizados em comunidades reconhecidas pelos órgãos públicos responsáveis como quilombolas, rurais e urbanas, bem como por estabelecimentos de ensino próximos a essas comunidades e que recebem parte significativa dos estudantes oriundos dos territórios quilombolas;

V - deve garantir aos estudantes o direito de se apropriar dos conhecimentos tradicionais e das suas formas de produção de modo a contribuir para o seu reconhecimento, valorização e continuidade;

VI - deve ser implementada como política pública educacional e estabelecer interface com a política já existente para os povos do campo e indígenas, reconhecidos os seus pontos de intersecção política, histórica, social, educacional e econômica, sem perder a especificidade.

Obs.: Esse texto é uma parte da Resolução que define as Diretrizes da Educação Quilombola e visa fundamentar que a História da Comunidade e de seus moradores também se fundamenta na memória coletiva e nos acervos e repertórios orais, ou seja, no que as pessoas falam sobre algum acontecimento ou uma pessoa.

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